quinta-feira, 5 de abril de 2018

Vereador denuncia: chorume do aterro sanitário está contaminando afluente do rio Ceará e matando animais

O vereador Weibe Tapeba (PT) anunciou que vai requerer à direção da Câmara Municipal de Caucaia a cassação do Alvará de Funcionamento do Aterro Sanitário Metropolitano de Caucaia (Asmoc) que, segundo ele, “está poluindo o rio Ceará e matando animais” no município. O vereador usou a tribuna da Câmara para denunciar os crimes ambientais provocados pelo mau gerenciamento do aterro com base em laudo técnico realizado pelo Instituto de Meio Ambiente do Município de Caucaia (Imac).
De acordo com a denúncia do parlamentar, o trabalho realizado pelo IMAC comprova a contaminação do solo e do subsolo na região e, também, o rio Ceará um dos mais importantes do Estado. Na tarde de terça-feira, 3, o vereador comprometido com as causas ambientalistas, encontrou-se com a coordenadora do Nùcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado, Sandra Sá, com quem tratou o assunto.
Ao nosso blog, o vereador disse que a coordenadora ficou bastante impressionada com o laudo realizado pelo IMAC e as denúncias de mortes de animais por conta da contaminação da água. “Ela pediu que juntássemos toda a documentação de licenças ambientais expedidas pelos órgãos estaduais e municipais quando da implantação do aterro para estudar uma saída”, argumentou Weibe.
O vereador provocou a Câmara por entender que se trata de um tema de grande relevância e que, por isso, exige uma força maior. Segundo ele, moradores e pequenos agricultores da região do entorno do aterro – localizado na fazenda Carrapicho - relatam que, há cinco anos, amargam prejuízos com a contaminação do riacho Garoto, afluente do rio Ceará.
Denúncias dão conta da mortandade de animais de grande porte como gado e ovelhas e até de urubus, depois de beberem da água do riacho. Isso porque, o chorume do aterro está escorrendo e contaminando suas águas do riacho e poderá atingir o lençol freático.
Weibe defende a responsabilização penal da empresa que administra o aterro pela poluição dos recursos hídricos do município, afirmando, não acreditar que “uma empresa como essa, que lucra milhões por ano, não tenha um plano de contingência para um caso como este”.

ATERRO SANITÁRIO METROPOLITANO
O aterro sanitário instalado em Caucaia atende também ao município de Fortaleza. Está localizado na localidade de Soleira numa área de 123,2 ha onde funcionava a fazenda Carrapicho. Recebe diariamente 4.500 toneladas de resíduos do quais 90% são oriundos de Fortaleza. Foi projetado em 1998 com vida útil de 20 anos, mas a capacidade de receber os 26 milhões toneladas de lixo já esgotou em 2016.
Por conta disso, a Ecofor anunciou a ampliação do aterro que será instalado ao lado do atual e terá 73,36 há, o equivalente a 102 campos de futebol. A previsão é que o aterro funcione até 2034 caso a obra finalize esse ano. O processo tem licença válida até 2019. Segundo o relatório divulgado pela Semace, foram identificados 104 possíveis impactos relacionados à construção do novo aterro, dos quais 45% são tidos como negativos.
As comunidades instaladas no entorno do aterro são contrários à ampliação e têm lutado, incansavelmente, para barrar o projeto. No mesmo requerimento em que vai solicitar a revogação das licenças ambientais do aterro, o vereador Weibe também vai pedir que as futuras licenças para a ampliação não sejam expedidas.

0 comentários:

Postar um comentário