Audiência pública aconteceu na Assembleia Legislativa |
O avanço do mar que vem destruindo as praias do litoral de
Caucaia, atualmente atormentando moradores do Icaraí, foi tema de audiência
pública na Assembleia Legislativa do Ceará. Deputados, técnicos e vereadores,
além do prefeito Naumi Amorim, discutiram estratégias para minimizar os efeitos.
O debate foi proposto pela primeira-dama de Caucaia e deputada estadual Érika
Amorim.
O prefeito Naumi
destacou que a proposta defendida pela população é a da construção de espigões.
“Nós não estamos preocupados só com o Icaraí, mas com todo o litoral. Me dói
imaginar quantas pessoas perderam empregos e ficam sem dormir vendo a hora a
casa cair pela força da água. Conseguir recurso não é fácil, mas eu já estive
em Brasília, levei projeto pronto e ficou aprovado projeto no valor de R$ 28
milhões na Defesa Civil da União. Esse valor não vai resolver tudo, mas vai nos
permitir dar o pontapé nos locais mais críticos”, afirmou o prefeito.
Naumi
anunciou que será executada imediatamente uma obra tecnicamente denominada
“enroncamento” para impedir que haja mais destruição no Icaraí. “Vamos unir
Município, Estado, Câmara, Assembleia, Estado e Governo Federal. Não será
possível resolver o problema se todos não estiverem unidos. Nós vamos a
Brasília em busca dos nossos deputados federais e senadores, porque o problema
não é só de Caucaia. É um problema de Estado”, declarou Erika Amorim.
Engenheiro
da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), Américo Ribeiro explicou
que o projeto já apresentado pela Prefeitura ao Governo Federal contempla a
construção de quatro espigões. A liberação do recurso foi aprovada em 28 de
dezembro do ano passado e aguarda liberação da União. “Vamos começar pelo
Icaraí. Vamos fazer os espigões? Vamos. Mas também vamos fazer a engorda e
vamos fazer a proteção das encostas. Em paralelo, vamos fazer o monitoramento e
a manutenção do Big Bag Wall (muro de contenção)”, disse Américo.
A disposição
da Prefeitura de Caucaia de participar do debate e executar obras de contenção
da erosão foi enaltecida por diversos técnicos e moradores do Icaraí presentes
à audiência. “É preciso coragem pra enfrentar esse problema porque obras de
contenção da erosão marinha são sempre caras. E não há espaço para amadorismo.
Um erro pode ser fatal. Mas nós entendemos que a questão da zona costeira tem
atingido diversos municípios do Ceará. Talvez o Icaraí seja o mais grave, de
fato. Mas não é o único”, ponderou a diretora de fiscalização da
Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace), Carolina Braga.
“Pela
primeira vez, nós estamos tendo atenção dos senhores para essa causa. A
população do Icaraí é sofrida. Sofre por causa de obras irresponsáveis que
foram feitas. Estamos aqui pra pedir socorro. Os R$ 28 milhões dão pra concluir
a obra? Não. Mas dá pra começar. Queremos o desenvolvimento do nosso litoral”,
frisou o presidente da Associação dos Síndicos do Icaraí, Alisson Sousa.
Estudos
indicam que atualmente o Icaraí não dispõe mais de faixa de areia. “A taxa de
erosão chega a dez metros da costa por ano. Como não tem mais como diminuir a
faixa de areia, o mar destrói estruturas. Quarenta por cento do litoral do
Ceará sofre com algum problema de erosão. Nós precisamos monitorar tanto as
áreas com erosão quanto as áreas sem erosão. Caucaia tem áreas com e sem
indícios de erosão. E a Uece está à disposição para colaborar nesse
monitoramento”, finalizou o professor da Universidade Estadual do Ceará, Davis
Paula.
Ascom Prefeitura de Caucaia
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